terça-feira, 27 de outubro de 2009

MÚSCULO NORMAL - ATPase

DOIS TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES NORMAIS.
As fibras musculares normais são basicamente de dois tipos, 1 e 2.

As fibras do tipo 1 são fibras de contração lenta e fadiga difícil, que dependem de fosforilação oxidativa para obtenção de energia e, portanto, são ricas em mitocôndrias e em mioglobina, um pigmento semelhante à hemoglobina que serve para armazenamento e transporte de oxigênio no interior da fibra. A mioglobina, que contém heme, é vermelha.

As tipo 2 são fibras de contração rápida e fadiga fácil, que utilizam glicólise anaeróbica para obtenção de energia e são pobres em mitocôndrias e mioglobina.

Obs. Na realidade a classificação das fibras é um pouco mais complicada, admitindo-se fibras tipos 1, 2A, 2B e 2C, mas isto não tem maior importância para esta aula.

Em aves, há músculos com forte predomínio de um dos tipos de fibra, o que é relacionado à função. Por exemplo, a carne do peito do frango é branca porque tem grande predomínio de fibras do tipo 2. Esta musculatura é usada para bater as asas, um movimento rápido e de duração curta. Já a carne das coxas e sobrecoxas é vermelha porque aí predominam fibras do tipo 1. Esta musculatura tem função postural, é usada para manter a ave em pé, portanto exige contração durante períodos prolongados.

POR QUÊ SE USA A ATPase PARA ESTUDAR OS TIPOS DE FIBRAS ?

A reação histoquímica para ATPase miosínica é um método elegante e largamente empregado para diferenciar entre fibras tipo 1 e 2 em biópsias musculares. A ATPase é uma enzima que cliva ATP para liberar energia para contração muscular. Faz parte da própria molécula da miosina, um dos filamentos contráteis, juntamente com a actina, que formam as miofibrilas. A ATPase constitui a 'cabeça' móvel do filamento de miosina (por isso se fala em ATPase miosínica).




As fibras tipos 1 e 2 têm moléculas de miosina um pouco diferentes. Variando-se o pH em que é feita a reação histoquímica para ATPase, as fibras de um tipo reagem e as do outro tipo reagem menos. As fibras reativas são demonstradas em marrom escuro. As não reativas ficam bege claro ou brancas.

Estas reações, como todo o restante do estudo das biópsias musculares, é feito em cortes de congelação obtidos em criostato. Não é possível fazer em cortes de parafina porque a fixação por formol destrói a atividade enzimática.

No músculo humano, particularmente nos músculos mais usados para biópsia, que são o bíceps braquial, tríceps braquial, quadríceps, tríceps sural e peroneiro, há um relativo equilíbrio entre as fibras dos dois tipos, e a distribuição entre elas é aleatória. Lembra à primeira vista um tabuleiro de xadrêz.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Atletismo
Saltos
Constituem-se basicamente de dois tipos de movimentos, os cíclicos e os acíclicos.
Tem como objetivo: superar forças - atrito, gravidade e resistência.
São compostos de 4 fases: aceleração, impulsão, vôo e queda.

Caracterizam-se por uma parábola que é determinada pela relação entre os fatores básicos:
Altura de saída do centro de gravidade;
Ângulo de saída do centro de gravidade;
Velocidade de saída (horizontal e vertical) do centro de gravidade

Fatores determinantes dos saltos:
Velocidade Vertical;
Velocidade Horizontal;
Ângulo;
Altura do Centro de Gravidade.



SALTO EM DISTÂNCIA
Esse salto é efetuado em uma área dividida em três segmentos: uma pista de impulso com um mínimo de 45m de comprimento; uma tábua de madeira maciça com 1,22m de comprimento, 20cm de largura e 10 de espessura, fixada ao solo ao nível da pista de impulso, antes da caixa de areia e a caixa em si, onde o atleta deve cair ao saltar. O solo da pista de impulso pode ser de saibro, terra fina ou carvão e podendo ser utilizado o tartan.
Como saltar:
Primeiro o atleta se concentra para saltar, imagina mentalmente seu salto e em seguida inicia uma corrida em direção a caixa de areia: começa devagar e vai aumentando gradativamente a velocidade. Estabiliza a velocidade e bate o pé em que tem maior destreza (mais domínio de movimetos) na tábua de salto (aproximação) e se impulsiona para saltar.
Obs: a impulsão só pode ser feita com o pé de apoio na tábua de salto. Se o atleta queimar, colocando o pé fora da tábua, o salto será considerado como uma falha.
Feita a impulsão, o saltador lança a perna, que está livre para a frente ganhando elevação e desenvolvimento horizontal.

Medição e Regras:
A distância do salto será medida do ponto em que o saltador tocou a areia até a tábua de salto. Se o saltador, ao cair colocar as mãos para trás para se apoiar, será medido a partir do local em que tocou o chão com as mãos.
O existe uma linha limite para o salto que fica na borda da tábua e deve ser coberta de areia mais fina, cal ou outro material que possibilite registrar a impressão do pé do atleta, se caso ele pisar além da linha. Geralmente só pode cometer 2 dessas faltas a terceira o atleta está fora.
O atleta pode tentar apenas três saltos onde será computado o melhor deles. A medida do salto, geralmente, é feita em ângulo reto, do ponto atingido pelo atleta, com qualquer parte do corpo, na caixa de areia, até a linha limite. Considera-se como ponto atingido a marca mais próxima a essa linha limite. Se o atleta cair fora da caixa de areia é considerado falta. Se isso se der na terceira tentativa, o saltador é eliminado, pelo juiz da prova ou seus auxiliares.

A distância aferida se divide em três:
Distância horizontal "CI"- É a distância entre a extremidade distal da tábua de impulsão e a projeção vertical do centro de gravidade no momento da impulsão.
Distância de vôo "CII - Distância entre o fim da impulsão e o momento do ataque
Distância de queda "CIII"- Distância entre a projeção da curva da parábola e o toque aferido.
Fatores que determinam as distâncias:
CI: Capacidades físicas, precisão da impulsão, posição do corpo no momento da impulsão;
CII:Altura do centro de gravidade, ângulo de saída e velocidade da saída
CIII: Posição do corpo e ações na queda.

Fases do salto em distância:
1.Corrida de Aproximação:
Objetivos: Levar o indivíduo a uma posição ótima para a impulsão com tanta velocidade quanto se possa controlar em eficiência.
Complemento: varia de acordo com a capacidade de adquirir velocidade do indivíduo e do seu nível técnico em média de 39 a 45 metros (17 a 22 passos)
Fases: Preparação, aceleração e manutenção.
Adaptação: varia de 3-4 passos; ocorre um rebaixamento do centro de gravidade e a penúltima passada é maior e a última menor.

2.Chamada:
Objetivos: obter velocidade (elevação) procurando matner a velocidade horizontal tão alta quanto possível.
É a fase mais importante e mais difícil do salto. Tem a duração média de 11-13 centésimos de segundo.
Apoio - feito de forma ativa ("patada"), num ângulo de flexão de pernas de aproximadamente 170 graus e de 118 a 120 graus com o solo.
Absorção - através da pequena flexão das articulações dos tornozelos, joelhos e quadris;
Extensão - rotação de membros iniciado pelo quadril, braços assimétricos e perna de elevação; extensão dos joelhos impulsora (para trás e para baixo); corpo ereto; ângulo de saída entre 18-22 graus.
3.Vôo:
Objetivos: criar uma posição ótima do corpo para se obter uma queda controlada (evitar rotação do tronco para frente).
Inicia-se com a perda do contato com o solo e o saltador não poderá modificar a trajetória da parábola do centro de gravidade a pós ter perdido o contato com o solo, termina ao segmentos do corpo e o centro de gravidade de modo a facilitar as ações da queda.
Técnicas: grupado; peito (extensão) e tesoura.

4.Queda:
Objetivos: posicionar o corpo de modo a facilitar as açòes para o melhor aproveitamento das massas corporais nos movimentos de rotação em busca da melhor eficiência do salto (menor CIII). Procurar diminuir ao máximo as forças de reação do solo.
Técnicas: rotação frontal e rotação lateral.
Como executar o Salto em Distância:
Sem reduzir em absoluto a velocide adquirida, coloque o pé de impulsão sobre a tábua. O outro será lançado à frente como um passo de corrida, mas com maior elevação, direcionando o movimento. Simultaneamente ambos os braços e principalmente o correspondente ao pé de impulsão serão lançados à frente, elevando os ombros.
A velocidade adquirida será aproveitada para dar maior amplitude ao salto, pois também a amplitude dependerá da altura proporcionada ao salto que poderá ser obtido com uma enérgica extensão de pernas de impulsão, obtendo um bom lançamento com a outra perna.
Vôo: Braços extendidos e levados atrás simultaneamente, as pernas e todo o corpo distende-se projetando o quadril à frente. No movimento do salto, o pé de impulsão ao perder contato com o solo deverá permanecer inativo, isto é , a perna prosseguirá sem tensão pois progressivamente se levará à frente.
Queda: Antes da caída se extenderão as pernas acima à frente com grande energia. E se lançarão os braços para frente e pra baixo, tendo a sensação de que o tronco gira as pernas. Quando os pés tocam o solo, a pelvis será impulsionada para frente assim como os braços para impedir que se desequilibre e cáia com os braços atrás. Ao cair junte os calcanhares.


SALTO TRIPLO

Esse salto utiliza as mesmas regras do salto em distância, com exceção de que a tábua e a linha limite do salto ficam no mínimo a 11m da caixa de areia. Para o salto é utilizado uma técnica onde o atleta deve cumprir três etapas sucessivas: um primeiro salto, antes da linha limite, para cair sobre o mesmo pé do impulso; um segundo salto, caindo sobre o outro pé; e finalmente o terceiro salto, que lhe permite cair com os dois pés na caixa de areia (deve executar este salto final com toda a força para projetar-se para a caixa de areia com a maior distância possível).
Regras:
A ordem de saltos dos atletas é sorteada. Assim como no salto em distância, o atleta faz 3 tentativas e lhe é computado o melhor dos três.Quando houver mais de oito competidores, cada um terá direito a três tentativas e os oito competidores com os melhores resultados da prova terão direito a mais três tentativas, sendo que, no caso de empate em oitavo nos três primeiros saltos, todos os competidores terão também direito a mais três tentativas.
O primeiro salto deve ser dado de forma que o competidor corra com o mesmo pé com que foi dada a impulsão; no segundo, ele deve cair com o outro pé; a partir daí o salto é completado. É considerado falho o salto em que o competidor, enquanto estiver saltando, tocar o solo com a perna "inativa". Aplicam-se ao salto triplo todas as demais disposições sobre as faltas previstas para o salto em distância.
A pista deve ter uma largura mínima de 1,22m e seu comprimento é ilimitado, devendo ter, no mínimo 40m. O máximo permitido para a inclinação lateral da pista é 1:100 e para inclinação global na direção da corrida é de 1:1000.
Na pista não podem ser colocadas marcas, mas ao lado de fora o competidor pode colocar marcas (fornecidas pelos organizadores). Nenhuma marca pode ser colocada na caixa de areia. Depois de iniciada a prova, os competidores não devem ter mais permissão para usar a pista para efetuar tentativas experimentais.

Componentes básicos:
Velocidade;
Potência;
Coordenação;
Equilíbrio;
Flexibilidade;
Condições básicas ao salto triplo:
Boa distribuição entre as distâncias dos saltos;
Obter uma relação ideal entre as velocidades horizontal e vertical de modo que se possa:

Obter uma trajetória do centro de gravidade tão longa quanto possível;
Obter a menor perda possível da velocidade horizontal;
Adaptar os ângulos resultantes de saída a cada salto suas características.
Regras:
O segundo salto deve ser dado com a mesma perna e o primeiro e o terceiro salto com a outra perna.
O pé inativo não poderá tocar o solo;
Não pode-se ao saltar cair fora da pista ou da caixa de areia;
Tábua: a 13 m da caixa de areia;
Conta-se como válido o toque mais próximo da tábua de impulsão.

Corrida de Aproximação:
Objetivos: Adquirir velocidade horizontal; preparar para a primeira chamada com equilíbrio e coordenação.
Distância: +/- 30-40 metros ou 15 -20 passos (varia de acordo com o saltador vai adquirir velocidade)
Medida da tábua de impulsão: 13 m até a marca.

1.Salto (hop): chamada - vôo e queda
Efetuado com a perna mais forte (dois primeiros);
Tempo de contato com o solo menor que no salto em distância (menor diminuição velocidade horizontal);
Ângulo resultante de saída ligeiramente inferior ao S.D (14 à 16);
Grande importância do equilíbrio e a coordenação de movimentos, o que irá determinar os próximos saltos;
Menor rebaixamento do centro de gravidade;
Troca de pernas em fase de vôo (início de movimento de tesoura);

2. Salto Step ou Parada:
É o menor dos três saltos devido a maior dificuldade de elevação;
Inicia-se contato da perna de impulsão tocando em cheio o solo (maior sua absorção de impacto);
Pequena flexão de perna de impulsão (maior tensão elástica);
Perna de impulsão sofe grande pressão (até 6 vezes o peso do atleta)- quanto maior o ângulo maior a pressão;
A chama é realizada com um movimento de "patada"onde o saltador faça um movimento brusco com a perna para trás e pra cima, tentando assim reduzir a perda de velocidade horizontal;
O ângulo resultante de sáida é menor que o salto da distância;
Fase de vôo, correção do equilíbrio através da rotação horizontal dos braços, colocando o Centro de Gravidade no lugar.

3. Salto Jump:
É aquele realizado com a perna de elevação (+ fraca);
Toque sobre a planta do pé (maior absorção de impacto);
Movimento de "patada"ativa na chamada pra reduzir a perda de velocidade horizontal;
Maior tempo de contato com o solo (19 a 25 c);
Fase vôo próximo do Salto em Distância, tendo como diferença apenas a velocidade horizontal menor, provocando uma menor fase de vôo. Para tal utiliza-se outro tipo de estilo o tipo peito e o carpado.
A correção do equilíbrio é feita através da rotação horizontal de braços, na fase de vôo.

Fontes:
Atletismo
Saltos

SALTO COM VARA
Objetivo: Transpor o sarrafo.
Esse salto, assim como o triplo são considerados masculinos,devido a grande exigência do atleta de bastante técnica, força física e equilíbrio muscular apurados.
Basicamente, consiste em ultrapassar um obstáculo (sarrafo) colocado a uma determinada altura, utilizando como impulso uma vara que é apoiada no solo e projeta o atleta para cima.
Regras:
A pista deve medir no mínimo 45m, ao fim da qual se acha enterrada, ao nível do piso uma caixa de apoio com 1m de comprimento, 60cm de largura, no início e apenas 15 junto ao obstáculo. Essa caixa é feita de madeira ou metal, enquanto o obstáculo consta de dois suportes verticais e uma barra horizontal - ou sarrafo - de secção triangular, com 3mm de lado, mas com 3,86 a 4,52m de comprimento e 2,260kg de peso máximo. Como na prova de salto em altura após o obstáculo se coloca o port-à-pit, com 1m de altura e 5 de lado, para amortecer a queda do saltador.
A vara utilizada para impulso é de material, comprimento e diâmetro à escolha do atleta, mas ele só poderá revesti-la com duas voltas de fita adesiva de espessura uniforme. Atualmente, os saltadores usam vara de fibra de vidro, por sua grande resistência e flexibilidade, com peso e comprimento que variam em razão das características físicas do próprio atleta.
As regras observadas na salto em altura, no que toca ao número de tentativas, faltas permitidas e direito de recusar-se a transpor determinadas marcas, com o objetivo de guardar-se para outras maiores, são aplicáveis ao salto com vara.
Nessa prova, o saltador deve correr pela pista de impulso, segurando a vara com as duas mãos em pontos escolhidos por ele mesmo, fincá-la na caixa de apoio, projetar-se para cima em impulso obtido com a flexão da vara e transpor o obstáculo sem derrubá-lo. É importante que ele largue a vara no momento exato, pois mesmo que salte o obstáculo, se a vara derrubar o sarrafo, conta-se isso como falta. O saltador também não pode, uma vez fincada a vara na caixa de apoio, mudar a posição de suas mãos na vara, três dessas faltas o eliminam.

Fatores que interferem em um bom salto:
Velocidade Horizontal
Velocidade Vertical
Flexibilidade
Coordenação de membros superiores
Coordenação de membros inferiores
Força (para invergar a vara)
Material adequado

Tipos de Saltos:
Vara Rígida
Vara Flexível

Como Saltar:
Com a vara, o centro de gravidade é jogado para frente do corpo, sendo uma dificuldade que deve ser diminuída para se chegar ao êxito.

Energias utilizadas:
Energias Dinâmicas (vara rígida):
Velocidade da Corrida
Impulsão no Solo
Repulsão da Vara

Energias Dinâmicas (vara flexível):
Energia mecânica desenvolvida pela vara (na invergadura transfere-se a força e energia cinética para energia mecânica)
Fases do Salto com Vara:
Corrida de aproximação;
Impulsão;
Transposição;
Queda;
Características das fases e como fazer o Salto Com Vara :
Corrida de aproximação: O atleta deve ser extremamente coordenado pois a vara por ser grande desenvolve um desequilíbrio tal, forçando o atleta projetar o centro de gravidade da vara para o seu (elevando a ponta da vara para trás). Uma grande importância também é dada a empunhadura. Carregar sempre a vara do lado contrário da perna de impulsão para não atrapalhar a dinâmica do salto. Os braços devem estar abertos do lado contrário do pé de impulsão. Abaixa-se a ponta da vara e a mão do pé de impulsão eleva sua ponta, a fim de buscar o equilíbrio.
A corrida deve ser ritmada para acertar o salto no tempo certo a vara no "take off"e coordenar. Se o atleta errar o passo não conseguirá encaixá-la, ou seja, se perder o rítmo desta corrida vibrará excessivamente a vara dificultando o alinhamento da passada.

Impulsão: Existem dois movimentos de pêndulo. 1) Vara sobre o solo e 2) Homem sobre a vara.
O movimento de rotação gera o pêndulo e quando ela é travada naturalmente cria um movimento de pêndulo.
Com a rotação dos segmentos no ar (lançamento de elevação da perna), irá subir em posição de "L". A aceleração criada pelo pêndulo, ao empurrar a vara para baixo e para trás ganhará uma força para cima e para frente. Acelera girando o corpo para baixo entra com as pernas para o sarrafo. O Atleta empurra a vara e cai sentado sobre o colchão.
A transferência da energia cinética pra energia mecânica ocorre quando o atleta trava com a mão da frente (empurra a vara) e abaixa com a de trás, envergando-a. Quando este atleta freia, a energia é transferida para a vara e consequentemente para o centro de gravidade pela frente.
Transposição ou Repulsão: Após girar o corpo, lançar as pernas, flexionando os joelhos e elevando os quadris. Os braços vão para trás, provocando a queda sentado no colchão de H²O.

Queda: Carpa-se o corpo elevando os quadris e em seguida cai-se sentado no colchão.



SALTO EM ALTURA
Definição: Sequência de movimentos cujo objetivo é a trasposição de um obstáculo vertical.
Objetivos: levar as várias partes do corpo as posiçòes mais favoráveis relativamente uma as outras a fim de se evitar derrubar o sarrafo. Utilizar da aceleração ou retardamento da rotação para transpor o sarrafo; criar condições favoráveis a segurança da queda.

Medidas Determinadas:
H1=Altura do Centro de Gravidade (condicionado pelo porte físico - medida do CG ao solo)
H2=Altura máxima alcançada pelo CG (ponto máximo do CG - Nível de impulsão alcançado)
H3=Altura entre o H2 e o Sarrafo (Quanto o atleta aproxima o CG do Sarrafo - Quanto maior o H3, maior a eficiência do salto.)

Fatores determinantes:
Velocidade de Saída
Ângulo de Saída
Altura de Saída
Considerações Básicas:
Todo movimento realizado pelo indivíduo durante o vôo provoca um movimento reativo em sentido contrário.
Os movimentos rotativos devem ser predeterminados na chamada.
Os movimentos rotativos podem ser modificados por meios de movimentos correspondentes de segmentos corporais durante o vôo.

Regras:
O local em que se realiza essa prova é uma pista em forma de leque, também construída de tartan, em cuja parte mais estreita se situa o obstáculo a transpor. Esse obstáculo consta de dois suportes verticais, que sustentam uma barra horizontal de secção triangular, com 3mm de lado, 3,64 a 4m de comprimento e 2kg de peso máximo. Atrás do obstáculo, coloca-se um acolchoado de 4 por 5m, que modernamente substitui os antigos tanques de areia, para amortecer a queda do saltador. A pista de impulso deve Ter um comprimento mínimo de 18m. O acolchoado, com 1m de altura, chama-se pot-à-pit e foi oficialmente aprovado em 1968.

Antes de iniciar uma prova de salto em altura, são anunciadas pelo juiz as sucessivas marcas em que a barra horizontal - ou sarrafo - será colocada. Os saltadores têm direito a três tentativas para ultrapassá-la. Esbarrá-la de leve, com qualquer parte do corpo, sem a derrubar, não é considerado como falta. Essa só ocorre quando o sarrafo cai dos suportes, sendo que após a terceira tentativa sem êxito, o saltador é desclassificado. A ele é dado também, o direito de recusar-se a saltar qualquer marca que considere facilmente ultrapassável, guardando-se para alturas maiores.
O arranco do solo deve efetuar-se sempre com um só pé, mas o saltador pode transpor o pulso que achar convenientes. No salto em altura moderno há duas técnicas mais usadas: a do salto clássico, no qual o atleta transpõe o sarrafo de frente para o solo, e o estilo aperfeiçoado pelo norte-americano Robert Fosbury, em que pelo contrário, o atleta salta de costas.
Características do Salto:
Corrida de aproximação: Bem ritmada evitando correr muito devagar para não fazer a chamada muito perto do sarrafo.
Objetivos: produzir uma aceleração horizontal que perrmita uma conversão ótima pra a vertical com um ângulo de saída favorável (60 a 65°); Preparar uma chamada ritmada e eficiente; proporcionar um ângulo de saída favorável o qual será determinado pela corrida.
Técnicas: Deve ser feita em linha reta; com velocidade controlada, que permite uma boa conversão; a direção da aproximação varia de acordo com a técnica a ser utilizada e a perna de impulsão. Temos assim:
Estilos Ângulo Lado de Aproximação
Tesoura 25° a 45° Contrário à perna de impulsão
Rolo Dorsal 25° a 45° Contrário à perna de impulsão
Rolo Ventral - Mesmo Lado
Rã 45° a 65° Mesmo Lado

Fases: Aceleração (para um bom salto aumenta-se a amplitude da penúltima passada e diminui a última passada. Inicia o movimento de flexão das pernas, concomitantemente elevação dos braços; Preparação da chamada, 2-3 passos.
Fatores básicos: rebaixamento do CG na fase de adaptação (penúltima passada que a última); Criar condições favoráveis a uma boa utilização das massas corporais em movimentos de balanço (braços e pernas) de tal modo que a velocidade e amplitude possam alcançar o seu máximo; Boa utilização das forças reativas dos músculos e ligamentos.
Chamada:
Objetivo: Travar a velocidade horizontal e converter em movimento quase vertical; desenvolver uma grande velocidade de saída e criar um ângulo do valor ótimo; produzir os momentos de rotação necessários para a transposição. Realizada no espaço de tempo de 0,15 - 0,25 segundos.
Fases: Amortecimento - inicia-se com assentametno do pé de impulsão;ocorre a extensão do joelho; movimento de rotação cíclica de perna de elevação e braços geram força de flexão de joelhos; com a flexão do joelho os músculos reagem procurando recuperar a extensão e assim gerar a energia para a impulsão; quando CG atinge seu ponto mais baixo termina a fase de amortecimento; tronco ligeiramente inclinado para trás.

Vôo ou Impulsão:
Inicia-se com o travamento da rotação dos braços e pernas livre. Um ângulo de 135 - 145°; Movimento de rotação dos quadris sobre o eixo horizontal; extensão da coxa, joelho, perna e pé no movimento de impulsão quando CG passa pela posição vertical do ponto de apoio; A rotação dos braços e perna livre facilita a rotação sobre o sarrafo.
Transposição e queda:
Técnicas:
Rolo ventral
Rolo Californiano "Ra"
Tesoura Dorsal
Tesoura
Flop Fousbury (mais usado)

Salto Flop Fousbury
Corrida de aproximação:
Objetivos: idênticos aos demais saltos
Técnica: a corrida de aproximação inicia-se em linha reta e passa a ser feita em curva durante as últimas paradas.
Aproximadamente 15 passos; o raio da curva, em função da velocidade de aproximação é maior quando a velocidade aumenta (quanto mais fechada maior a força centrifuga); A distância do ponto de chamada maior (2m) do sarrafo; Com velocidade a força centrífuga auemtna, o saltador deverá inclinar-se para dentro da curva para compensar esta força; ponto de impulsão na projeção vertical do CG e o sarrafo; rebaixamento do CG na última parada; rotação da perna de elevação.
Chamada:
Inicia-se com uma impulsão da perna de elevação num movimento explosivo, quanto mais alto elevar a perna mais ela vai aumentar a força centrífuga; o tronco deve estar na posição quase vertical; o ponto de imulsão deve estar um pouco fora do CG (rotação); movimento de rotação dos braços e pelos ombros em momentos diferentes.
Transposição e queda:
Ao perder o contato com o solo o corpo subirá até a posição horizontal, onde os ombros e a cabeça se situarem sobre o sarrafo; O atleta a partir deste momento deeverá deixar cair o ombro e a perna o que elevará o quadril; no próximo momento ele deverá tentar elevar a cabeça e tocar o queixo no peito o que fará um rebaixamento do qudril e a elevação das pernas; após a transposição das pernas elas são estendidas na vertical e mantêm-se até a queda; a queda de costas deverá ser amortecida pela utilização dos braços em toques antecipados ao colchão.

Fontes:
Silva, N. Pitham, Atletismo, Cia Brasil Ed, SP
Watts, Denis, ABC do Atletismo, Ed. Presença Ltda, 1974, Lisbôa
Regras Oficiais de Atletismo - CBAT.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

ATLETISMO

ARREMESSO DE PESO


• A modalidade de arremesso de peso envolve lançar (arremessando em um movimento de impulso) uma bola de ferro ou latão de 7,26 quilos o mais longe possível. No arremesso de peso para mulheres, a bola pesa 4 quilos.
• Os concorrentes arremessam de dentro de um círculo que mede 2,13 metros de diâmetro que é delimitado por uma borda de madeira de aproximadamente 10 cm (stop board).
• Os competidores não podem sair do círculo até o pouso do peso.
• A modalidade de arremesso de peso tem sido disputada nos Jogos Olímpicos desde o início.
• Todos os dozes finalistas têm direito a três tentativas. Os oito melhores finalistas têm mais três tentativas.

©iStockphoto.com/Jim Parkin
Os competidores não podem sair do círculo até o pouso do peso
Regras
• Os competidores devem apoiar o peso contra o pescoço e mantê-lo pressionado contra ele até o momento do arremesso.
• O peso não deve descer abaixo do nível do ombro do competidor.
• Arremessos faltosos são penalizados quando um competidor:
1. Sair do círculo pela frente em vez de sair pela metade traseira do círculo (penalidade conhecida como “scratch”).
2. Tocar o topo do borda delimitadora.
3. Fazer um arremesso que cai fora da área de arremesso.
4. Permitir que o peso desça abaixo da linha do ombro.
5. Não pausar ou demonstrar controle após entrar no círculo.
6. Demorar mais de 90 segundos para iniciar sua tentativa de arremesso.

Pontuação
• O competidor com o arremesso legal mais longo após 6 tentativas é declarado o vencedor.

Categorias olímpicas disputadas
• Arremesso de peso masculino
• Arremesso de peso feminino

Medalhas das Olimpíadas de 2008
Homens
Categoria Ouro Prata Bronze
Aremesso de peso MAJEWSKI Tomasz (POL) CANTWELL Christian (EUA) MIKHNEVICH Andrei (BIEL)

Mulheres
Categoria Ouro Prata Bronze
Aremesso de peso VILI Valerie (NOVA ZEL) MIKHNEVICH Natallia (BIEL) OSTAPCHUK Nadzeya (BIEL)

Recordistas Mundiais
• Randy Barnes, dos Estados Unidos, é o recordista mundial nesta modalidade com a distância de 23,13 m.
• Natalya Lisovskaya, da União Soviética/Rússia é a recordista mundial nesta modalidade com a distância de 22,63m.

Recordistas Olímpicos
• Ulf Timmermann, da Alemanha Oriental, é o recordista olímpico com a distância de 22,47 m, um recorde estabelecido nas Olimpíadas de Seul, em 1988.
• Ilona Slupianek (Schoknecht), da Alemanha Oriental, é a recordista olímpica com a distância de 22,41 m, um recorde estabelecido nas Olimpíadas de Moscou de 1980.
Para mais informações sobre arremesso de peso e Jogos Olímpicos, leia também:
• Como funcionam os Jogos Olímpicos
• Como funciona o atletismo
• Resumo dos exercícios de solo nas Olimpíadas
• Pequim 2008 - site oficial (em inglês)
Fonte
• Federação Internacional de Atletismo (em inglês)
ATLETISMO

LANÇAMENTO DO MARTELO

O lançamento do martelo é uma modalidade olímpica de atletismo. O desporto é baseado no lançamento de martelos propriamente ditos,[carece de fontes?] que foram entretanto trocados por bolas de metal presas por um cabo de arame pesando que termina numa pega ou alça.

[] História
O regulamento moderno da prova foi elaborado em 1887 na Inglaterra. O lançamento do martelo estreou nos Jogos Olímpicos de Paris, em 1900, com a presença de cinco competidores. O vencedor foi John Flanagan, um imigrante escocês naturalizado americano, que tinha conseguido o recorde mundial em 1895, quando ainda morava nas Ilhas Britânicas. Flanagan, que ganhou três medalhas de ouro consecutivas nos Jogos Olímpicos, é considerado o pai do esporte.
O evento de senhoras estreou-se nos Jogos de Sydney em 2000. A primeira campeã olímpica foi Kamila Skolimowska da Polónia. Entre 1956 e 1992, a modalidade foi dominada por atletas do Bloco de Leste, que só falharam quatro das medalhas olímpicas atribuídas neste período.
O desporto antecessor mais antigo do atual lançamento do martelo, que se conhece, era praticado pelos escoceses durante os Highland Games, disputados anualmente durante séculos pelos clãs das terras altas. Nestes jogos, que incluíam esportes e jogos tradicionais, se disputavam exigentes torneios atléticos e o lançamento do martelo era um dos pontos altos das festividades. O rudimentar martelo escocês consistia em uma bola de ferro amarrada a uma corrente. O primeiro recorde do mundo oficial pertenceu a Patrick Ryan, dos Estados Unidos, com a marca de 57,77 metros.
[] Regras da prova
O martelo pesa 7,26 kg na prova dos homens e 4 kg nos eventos femininos.
O conjunto bola, arame e alça, formam uma unidade de comprimento máximo de 1,2 m.
A base de lançamento da prova é um círculo de 2,1 m de diâmetro, geralmente rodeado por uma rede que protege a audiência.
Segurando a alça com as duas mãos e mantendo os pés imóveis, o atleta faz a bola girar três ou quatro vezes, num círculo que passa por cima e por baixo da sua cabeça.
Quando o martelo alcança velocidade, o atleta gira sobre si próprio duas ou três vezes para acelerar mais a bola e logo a solta para cima e para frente.
Se o martelo cai no terreno dentro de um ângulo de 90 graus, o lançamento é considerado válido.
[] Recordes mundiais
[] Homens
Nº Res. Atleta Nacionalidade Local Data
1. 86.74 Yuriy Sedykh
União Soviética
Stuttgart
1986

2. 86.73 Ivan Tsikhan
Bielorrússia
Brest
2005

3. 86.04 Sergey Litvinov
União Soviética
Dresden
1986

4. 84.90 Vadim Devyatovskiy
Bielorrússia
Minsk
2005

5. 84.86 Koji Murofushi
Japão
Praga
2003

6. 84.62 Igor Astapkovich
Bielorrússia
Sevilla
1992

7. 84.48 Igor Nikulin
União Soviética
Lausanne
1990

8. 84.40 Jüri Tamm
União Soviética
Banská Bystrica
1984

9. 84.19 Adrián Annus
Hungria
Szombathely
2003

10. 83.68 Tibor Gécsek
Hungria
Zalaegerszeg
1998

[Mulheres
Nº Res. Atleta Nacionalidade Local Data
1. 77.96 Anita Wlodarczyk
Polónia
Berlim
2009

2. 77.80 Tatyana Lysenko
Rússia
Tallinn
2006

3. 77.36 Gulfiya Khanafeyeva
Rússia
Sochi
2007

4. 77.32 Aksana Miankova
Bielorrússia
Minsk
2008

5. 77.12 Betty Heidler
Alemanha
Berlim
2009

6. 76.90 Martina Hrasnová
Eslováquia
Trnava
2009

7. 76.83 Kamila Skolimowska
Polónia
Doha
2007

8. 76.66 Volha Tsander
Bielorrússia
Minsk
2005

9. 76.63 Ekaterina Khoroshikh
Rússia
Zhukovskiy
2006

10. 76.62 Yipsi Moreno
Cuba
Zagreb
2008
LANÇAMENTO DE DARDOS

O lançamento do dardo é um desporto relacionado ao atletismo e é praticado por homens e mulheres.
O lançamento de dardo foi introduzido como parte integrante do pentatlo nos Jogos Olímpicos antigos. Na era moderna, surgiu pela primeira vez na edição de Londres 1908, onde o primeiro campeão foi Eric Lemming da Suécia. O evento de senhoras estreou-se nos Jogos Olímpicos de Verão de 1932, em Los Angeles. A primeira campeã olímpica do dardo foi a estado-unidense Babe Didrikson.
Os países escandinavos, em particular a Finlândia, têm uma longa tradição na modalidade e, entre si, conquistaram 14 das 39 medalhas de ouro olímpicas do dardo. Nos Jogos de 1920 e 1932, por exemplo, as três medalhas foram para três atletas finlandeses.
Um dos atletas mais bem sucedidos de sempre nesta modalidade é o checo Jan Železný, vencedor de três medalhas de ouro olímpicas (1992-2000), que detém o recorde mundial de 98,48 metros e o recorde olímpico de 90,17 metros.

[ Evolução da prova e regras
O dardo é um objeto em forma de lança, feito de metal, fibra de vidro ou fibra de carbono. O tamanho e peso dos dardos variam do homem para a mulher. O homem usa um dardo de 2,7 metros de comprimento e pesando 800 gramas. A mulher usa um dardo um pouco mais leve, 600 gramas e mede 2,3 metros de comprimento.
O atleta corre para tomar impulso e lança o dardo numa pista de lançamento com 34,9 metros de comprimento e 4 metros de largura. O lançador faz um giro rápido com o corpo e lança. O dardo costuma sair das mãos do atleta com uma velocidade de 100 km/h. Após o voo, o dardo aterra numa zona relvada que costuma ocupar a zona central dos estádios de atletismo. A marca obtida pelo atleta é medida pelos oficiais, desde a zona de lançamento até ao primeiro ponto onde o dardo tocou no chão.
O lançador é desclassificado se sair da zona de lançamento antes, durante ou depois do lançamento, ou se o dardo tocar no solo sem ser pela ponta dianteira dele. As competições de lançamento de dardo iniciam-se com três rondas de lançamentos para cada atleta. Após esta fase, os oito melhores resultados são apurados para realizar mais três lançamentos. Fim da prova, o atleta que obtiver a maior distância num lançamento legítimo é declarado vencedor.
[Recordes mundiais

[] Homens
Nº Res. Atleta Nacionalidade Local Data
1. 98.48 Jan Železný
República Checa
Jena
1996

2. 93.09 Aki Parviainen
Finlândia
Kuortane
1999

3. 92.61 Sergey Makarov
Rússia
Sheffield
2002

4. 92.60 Raymond Hecht
Alemanha
Oslo
1995

5. 91.69 Konstadinós Gatsioúdis
Grécia
Kuortane
2000

6. 91.59 Andreas Thorkildsen
Noruega
Oslo
2006

7. 91.53 Tero Pitkämäki
Finlândia
Kuortane
2005

8. 91.46 Steve Backley
Reino Unido
Auckland
1992

9. 91.29 Breaux Greer
Estados Unidos
Indianápolis
2007

10. 90.73 Vadims Vasiļevskis
Letônia
Tallinn
2007

[Mulheres
Nº Res. Atleta Nacionalidade Local Data
1. 72.28 Barbora Spotáková
República Checa
Stuttgart
2008

2. 71.70 Osleidys Menéndez
Cuba
Helsinque
2005

3. 70.78 Mariya Abakumova
Rússia
Beijing
2008

4. 70.20 Christina Obergfoll
Alemanha
Munchen
2007

5. 69.48 Trine Hattestad
Noruega
Oslo
2000

6. 68.34 Steffi Nerius
Alemanha
Elstal
2008

7. 67.67 Sonia Bisset
Cuba
Salamanca
2005

8. 67.51 Miréla Manjani
Grécia
Sydney
2000

9. 67.20 Tatyana Shikolenko
Rússia
Monaco
2000

10. 66.91 Tanja Damaske
Alemanha
Erfurt
1999
ATLETISMO

LANÇAMENTO DO DISCO

O lançamento de disco é uma das várias modalidades do atletismo. O objetivo é que o disco seja lançado o mais distante possível. Para isso o atleta conta com três tentativas. Apenas os oito melhores lançadores tem possibilidade de lançar outras três vezes.
O esporte teve origem nas Olimpíadas da Antiguidade, precisamente em 708 AC. Existem várias obras de arte que comprovam o fato, como a estátua de Discobolo, criada em 455 AC. pelo grego Míron. Provavelmente os primeiros discos não tinham a forma dos atuais, e eram de pedra. A forma circular do disco utilizado atualmente, foi sendo aperfeiçoada com o tempo. O lançamento de disco foi incluído nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 1896.
A diferença principal para as competições atuais é que o lançamento era estático, até por volta de 1900, quando os nórdicos passaram a girar para fazer o arremesso. Nessa época o lançamento era feito com as duas mãos. Após a década de 20, foi criada a regra do arremesso com uma mão apenas, e em 1954, o giro passou a ser obrigatório nas competições.
O disco tem medidas e pesos diferentes para homens e mulheres. Pode ser de madeira ou outro material adequado, oco ou não, e deve ter as bordas arredondadas. As medidas dos discos são:
Homens – pesa 2 kg, mede entre 219 e 221 mm de diâmetro e tem de 44 a 46 mm de espessura.
Mulheres – pesa 1 kg, mede entre 180 a 182 mm de diâmetro, e tem de 37 a 39 mm de espessura.
Nas competições, o atleta fica dentro de uma espécie de jaula (é assim mesmo que é chamada), que nada mais é do que uma rede
de 4m de altura, com uma abertura em um ângulo de 40°. É por essa abertura que o disco é lançado. O atleta deve, ainda, se manter dentro de um círculo de 2,5m de diâmetro, e não pode pisar na linha que marca essa distância.
O movimento no momento do arremesso é de um giro de uma volta e meia. Usa o corpo, além do braço, para dar um maior impulso no momento da liberação do disco.
Os recordes mundiais, no masculino assim como no feminino, pertencem a atletas da antiga Alemanha Oriental: Jürgen Schult, em 1986, com a marca de 74,08 m e Gabriele Reinsch em 1988, com a marca de 76,80 m.
Atletismo

Marcha Atlética

Existem algumas regras que todos os especialistas da marcha devem atender escrupulosamente e que servem para distinguir a marcha da corrida. A marcha, é definida, nos regulamentos competitivos, do seguinte modo: os passos devem ser executados de modo que um dos pés esteja sempre em contato com o solo. O pé deve assentar primeiro com o calcanhar. A perna de apoio tem de estar estendida em certo momento do ciclo. Os juízes da prova têm a incumbência de verificar se os movimentos são conformes a estas regras e podem advertir ou eliminar os atletas que as não respeitem. O atleta experiente não necessita de prestar atenção no movimento durante a prova , ele pode se concentrar inteiramente no ritmo e no resultado a obter.

Falta grave: perda de contato com o solo.

Três gestos básicos pra observarmos o risco de perdermos o contato com o solo:

*Durante a sustentação em apenas 1 perna (fase de transição), a perna deverá estar reta ;
*Na movimentação dos braços, as mãos passarem pelo eixo da Cintura Escápulo-Umeral;
*A coluna inclinada para frente ou pra trás . São gestos indicativos de perda de contato com o solo.

Distância

As distâncias regulamentares da marcha, nos Jogos Olímpicos e nos campeonatos europeus, são de 20 e 50 km, mas em 1976, o percurso de 50 km foi suprimido do programa olímpico.

Para crianças as distâncias são:
6,7 e 8 anos - 1000m
9,10,11 anos - 2000 m
13,14 e 15 anos- 5000 e 10 000 m
15,16 e 17 anos - 10.000 e 20.000 m
juniores - 10km, 20 km e 50 km

A Técnica

Para obter resultados satisfatórios, é necessário dominar completamente a técnica da marcha. Por isso se tem de dar a devida importância ao treino das aptidões técnicas, visto que deficiências neste assunto podem mais tarde impedir que faça progressos um atleta bem preparado noutros aspectos. O rítmo deve ser trabalhado o quanto antes para que não se acostume a erros que ficarão difíceis de corrigir com o tempo.

Pernas: Um passo longo e econômico é conseguido por meio de acentuada impulsão com a perna traseira. É preciso dar atenção , desde o início, à correta impulsão. O impulso é obtido com o desenrolamento do pé da planta aos dedos. Um instante antes do pé abandonar o solo, deve dar-se o contato do calcanhar do outro pé com o solo , a chamada de duplo apoio.

O assentamento do pé deve ser suave e tem de verificar-se antes da completa extensão de joelhos , que evita um efeito de travagem que prejudicaria o impulso de avanço.

Após o contato do pé dianteiro com o solo, a perna traseira é suave e descontraidamente puxada à frente , sem descrever um arco de curva, e sem virar, portanto, o pé nem o joelho para fora. A fim de conseguir um passo "rasante", deve-se evitar uma exagerada elevação dos quadris. O avanço de pé , se for demasiado alto ou amplo, pode provocar uma marcha "saltada". Em conjunto , o bom marchador caracteriza-se por uma ação de pernas comedida e "rasante".

É importante observar que o praticante deve aumentar o comprimento dos passos quando se aumenta o ritmo e não o contrário.

Tronco: O tronco deve ficar inclinado para frente ligeiramente ou se manter ereto. A inclinação excessiva , provoca a corrida, enquanto que a inclinação para trás denuncia mau desenvolvimento dos músculos abdominais e dorsais e envolve risco de perder o necessário contato com o solo.

Membros Superiores: Os braços, auxiliam com movimentos ritmados, a manter o ritmo da passada. Quanto mais rápida for a marcha , mais os braços se flexionam, apesar de variar de acordo com o praticante. Os movimentos dos braços devem reforçar o impulso de avanço dado ao corpo pela ação da perna traseira. Nesses movimentos, devem participar os ombros que têm de ser contrários aos movimentos dos quadris e exercem assim um efeito benéfico sobre o comprimento do passo. A melhor forma de movimentação dos braços é um balanço, naturalmente executado, quase até ao meio do tórax. Deve evitar encolher os ombros,pois, provoca um deslocamento desfavorável do centro de gravidade e tende a desligar o atleta do solo. A mão vai no máximo até a altura dos ombros .

Aos principiantes de passo curto e irregular, que tendem a "saltar" é aconselhavel que mantenham os braços mais baixos e menos fletidos, visto que poderão com isso contrariar tais deficiências.

Quadris: Uma boa flexibilidade nas articulações dos quadris é decisiva para a suavidade e regularidade do rítmo da marcha atlética. O atleta deve procurar colocar o pé em frente ao outro, quase no prolongamento. Para isso, necessita de aprender a marchar com um movimento de rotação das articulações dos quadris. A cada passo, quando a perna de trás avança , o quadril tem de executar um movimento de desvio para o outro lado. Além da torção do corpo, há na marcha também um deslocamento horizontal dos eixos do quadril e do ombro. Deve-se evitar o exagero no desvio lateral dos quadris, pois, dificulta o avanço.

Diferença da Caminhada para a Marcha Atlética

*A marcha atlética sempre tem 1 pé no chão e outro em suspensão , ao passo que a caminhada pode ter um ou os 2 no chão sem exigências ;
*Na marcha atlética conseguimos cerca de 2,5 vezes a velocidade da caminhada comum.

Exercícios Preparatórios Especiais para a Marcha Atlética

Devem ser executados exercícios que reforcem os músculos das costas, abdômem e membros inferiores. Os programas de treino, devem incluir ainda exercícios de flexibilidade dos músculos e articulações dos quadris, ombros e tornozelos. Claro que a Marcha em si é a melhor maneira de preparação. O técnico também poderá tirar proveito da corrida para o treinamento mas terá que observar certos princípios.

Se o corredor quiser dedicar-se a Marcha Atlética, terá que treinar muito a fim de automatizar bem os movimentos da Marcha.

Em todos os exercícios preparatórios , a maior atenção deve ser voltada para aqueles que só fortalecem os membros inferiores e superiores, mas, que também aumentem a mobilidade e amplitude desses músculos.

Exemplo:
*Marchar normalmente mas acelerado;
*Marchar ao longo de uma linha reta em quadra de esportes a fim de aprender a manter os pés paralelos e movê-los na direção da marcha;
* Mudança alternada e descontraída no mesmo local, do peso do corpo de um pé para outro, a fim de assimilar as noções de extensão dos joelhos e rotação de quadris;
*O mesmo exercício mas com grandes passadas;
*Todos os tipos de jogos que melhorem a descontração e flexibilidade, bem como ginásticas para melhorar a força e flexibilidade de membros inferiores.

Exercícios Técnicos de Base

Para aperfeiçoar a técnica da Marcha Atlética:

*Marcha: Objetivo: aprender os elementos fundamentais da técnica da marcha - passos descontraídos com o corpo ereto.
*Marchar a rítmos mais intensos: Objetivo: uma velocidade maior exige ação de braços mais vigorosos e correspondente impulsão com o pé atrás - Os cotovelos devem fletir em ângulo reto, os passos devem ser mais longos e o desenrolamento dos pés deve ser mais acentuado.
*Marchar a rítmos médio e rápido: Objetivo: aplicar e coordenar com suavidade todas as características da técnica de marcha - Contato ininterrúpto com o solo e sequência de moviemntos executados economicamente.
*Marchar com mudanças de rítmo: Objetivo: consolidação e aperfeiçoamento das aptidões técnicas-Manter contato ininterrúpto com o solo; ao acelerar, evitar encurtar o passo; marchar em descontração.

Erros Comuns

Se o atleta cometer erros contra regras competitivas ou contra a sequência econômica dos movimentos é indispensável a correção de tais erros. Mas se tratar apenas de aspectos de estilo, não será necessário prestar-lhes muita atenção.

1.Quebra de contato com o solo: O rítmo pode não estar de acordo com as aptidões do atleta, que não domina a correta sequência de movimentos- Reduzir o rítmo e melhorar o estilo.

2.Excessiva Inclinação para trás: Fadiga, músculos dorsais e abdominais mal desenvolvidos - Aplicar exercícios de fortalecimento para tais regiões.

3. Elevação do Corpo (saltar): Extensão da perna traseira antes de estar concluído o desenrolamento calcanhar-planta-dedos. O impulso é por isso orientado para cima em vez de o ser para a frente- Prestar mais atenção ao correto desenrolamento calcanhar-planta-dedos. Manter a perna atrás o mais possível , manter os braços baixos. Melhorar a flexibilidade das articulações dos tornozelos .

4. Pernas muito afastadas lateralmente ou pés virados para fora: tendência natural do atleta ou mau movimentos de braços - Exercicios de marcha na linha reta traçada na pista com especial atenção ao paralelismo dos movimentos de braços.

5.Flexão persistente de joelhos da perna de apôio: O rítmo escolhido está além das capacidades do atleta, os músculos das pernas estão mal desenvolvidos e portanto surge a fadiga - Prestar especial atenção à completa extensão de joelhos, reduzindo o rítmo se for necessário e fortalecer a musculatura geral de membros inferiores.

6.Dureza no assentar do pé, com efeitos sobre o calcanhar: Ação do desenrolamento incorreto do pé de trás. A perna da frente é estendida demasiado cedo, antes do contato com o solo, e assim o atleta "trota na passada" ao invés de deslizar - Prestar atenção à suavidade dos movimentos. Assentar o bordo do pé , manter a perna de trás no solo tanto quanto possível e completar os desenrolamento do pé.

9.Passos muito curtos: Falta de força específica para a marcha ,má ação dos braços e fadiga - Alongar gradualmente o passo , tentar dar passos largos e se necessário, aperfeiçoar os movimentos de braços.

Importância da Forma Física

A fim de atingir bons resultados na Marcha Atlética, os atletas de grande estatura têm vantagem sobre os mais baixos, dado que estes dão passos mais curtos. O especialista em Marcha típico é , em geral, um atleta alto e seco, com boa resistência geral.

RESISTÊNCIA: O principal atributo para o sucesso da marcha é a resistência , que só poderá ser adquirida com um programa de treino extensivo em que se dá forte preferência à eficácia e que há grande influência das qualidades morais e da força de vontade do atleta.

FORÇA: Na marcha, o papel da força consiste principalmente no aumento do potencial de resistência. Isto significa que o treino não deve orientar-se primordialmente para o desenvolvimento de massa magra mas sim para a melhoria da economia do trabalho muscular, que permita aos músculos trabalhar durante longos prazos com o mínimo esforço possível. No entando, o atleta de Marcha Atlética deve possuir musculaturas dorsais, abdominais e membros inferiores bem desenvolvidos, para poder cobrir longos percursos (até 50km) e a rítmo relativamente rápido.

VELOCIDADE: Em sentido estrito, pode-se dizer que todos os marchadores são suficientemente rápidos e que a distância ao longo da qual poderão manter o rítmo é apenas uma questão de resistência e boa forma. O treino especial da velocidade da marcha é hoje em dia cada vez menos usado. Os atletas , principalmente , que muito gostam de o praticar, devem ser dissuadidos dele.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Recomendações sobre a reposição de Fluidos

RECOMENDAÇÕES SOBRE A REPOSIÇÃO DE FLUIDOS
A desidratação pode comprometer o desempenho durante o exercício e aumentar os riscos associados ao esforço e ao calor. Além disso, segundo a National Athletic Trainer's Association(27), os indivíduos não ingerem voluntariamente água suficiente para prevenir a desidratação durante uma atividade física. Por outro lado, o excesso de ingestão de líquidos deve ser evitado, uma vez que também pode comprometer o desempenho e a saúde do indivíduo. Têm sido propostas em consensos internacionais recomendações sobre a hidratação com o intuito de minimizar os efeitos negativos das perdas hídricas sobre as respostas fisiológicas ao exercício.
Algumas das recomendações do American College of Sports Medicine(18) sobre a quantidade e a composição dos líquidos que devem ser ingeridos antes, durante e após um exercício estão reproduzidas a seguir:
1. Recomenda-se que os indivíduos ingiram em torno de 500mL de líquidos nas duas horas que antecedem um exercício, para promover uma hidratação adequada e haver tempo suficiente para excreção da água ingerida em excesso.
2. Durante o exercício, os atletas devem começar a beber logo e em intervalos regulares, com o objetivo de consumir líquidos em uma taxa suficiente para repor toda a água perdida através do suor, ou consumir a maior quantidade tolerada.
3. Recomenda-se que os líquidos sejam ingeridos em uma temperatura menor do que a ambiente (entre 15 e 22ºC) e com sabor atraente.
4. Recomenda-se a adição de quantidades adequadas de carboidratos e eletrólitos para eventos com duração maior do que uma hora, já que não prejudica a distribuição de água pelo organismo e melhora o desempenho. Durante exercícios com duração inferior a uma hora, há pouca evidência de que haja diferenças fisiológicas em termos de desempenho caso sejam consumidos líquidos com carboidratos e eletrólitos ou água pura.
5. Recomenda-se a adição de sódio (0,5 a 0,7g.L1 de água) na solução de reidratação se o exercício durar mais do que uma hora. Isto pode ser vantajoso por melhorar o gosto, promovendo a retenção de líquidos e possivelmente revertendo a hiponatremia em alguns indivíduos que tenham ingerido quantidades excessivas de líquidos.
A National Athletic Trainer's Association(27) também faz recomendações acerca da reposição de líquidos para atletas, as quais se assemelham às do ACSM(18), principalmente no que diz respeito ao volume a ser ingerido. Segundo a NATA(27), para assegurar o estado de hidratação, os atletas devem ingerir aproximadamente 500 a 600mL de água ou outra bebida esportiva duas a três horas antes do exercício e 200 a 300mL 10 a 20 minutos antes do exercício. A reposição de líquidos deve aproximar as perdas pelo suor e pela urina.

DISCUSSÃO: A SEDE É SUFICIENTE?
Após vários anos de recomendação aos atletas e praticantes de atividades físicas que ingerissem quantidades fixas ou o máximo de líquidos (água pura e bebidas esportivas) a cada 15 ou 20 minutos de exercício para evitar a desidratação, tem sido verificado que esta estratégia de reidratação pode ser excessiva ou mesmo prejudicial à saúde das pessoas.
Dados recentes têm demonstrado evidências sobre o crescente número de pessoas que são acometidas pela hiponatremia (baixa concentração de sódio plasmático: valores abaixo de 135mEq) durante exercícios físicos prolongados, devido, sobretudo, à hiperidratação(28). Almond et al.(29) observaram que durante a maratona de Boston de 2002, 13% dos atletas apresentaram hiponatremia e três atletas tiveram concentrações tão baixas de sódio plasmático que corriam risco de morte. Além disso, naquele estudo foi observado que muitos atletas beberam quantidades excedentes de líquidos a ponto de aumentarem o seu peso corporal ao final do percurso da maratona.
Sabe-se que durante o exercício a função renal pode tornar-se alterada. Alguns estudos têm relatado diminuições de 20 a 60% na função renal, com conseqüente aumento na concentração da urina, em situações de exercício competitivas e de laboratório(30). Neste sentido, uma das possíveis explicações seria que uma ingestão excessiva de líquidos, somada à função renal alterada durante o exercício, poderia ocasionar hemodiluição e deslocamento do excesso de água para o espaço intracelular, que pode ser fatal.
Em estudo realizado em nosso laboratório, foi verificado que durante exercício intenso e prolongado (2h), com ingestão de água de acordo com ACSM(18), em ambiente temperado e quente os indivíduos apresentaram fluxo urinário aumentado (principalmente no ambiente temperado) e diluição da urina em ambos os ambientes térmicos, sugerindo que pode ter ocorrido uma ingestão excessiva de líquidos(31).
Alguns estudos têm sugerido que, nos seres humanos durante o exercício – principalmente em ambientes térmicos estressantes – o mecanismo da sede não seria suficiente para repor as perdas hídricas pela sudorese, acarretando desidratação involuntária(32-33). Esta desidratação seria desencadeada por mecanismo fisiológico complexo que envolve fatores comportamentais (costume da pessoa em se hidratar), capacidade gástrica de absorção de fluidos e, além disso, estímulos hormonais e do sistema nervoso central(33-34). Desta forma, considerou-se a desidratação como o principal fator que afetaria a termorregulação e a capacidade de os indivíduos realizarem exercício físico em ambientes quentes.
A partir das observações de que a sede não seria eficiente em humanos e de que a desidratação seria o principal risco para os participantes de atividades físicas no calor, a necessidade de reposição ao máximo das perdas hídricas tornou-se estabelecida e difundida nos consensos internacionais. Desta forma, a regra seria: quanto mais a ingestão de líquidos (água e bebidas esportivas) se aproximar da sudorese, menores serão os efeitos da desidratação sobre as funções fisiológicas e sobre o desempenho esportivo(18,32).
Em contrapartida, considerando as discussões atuais sobre os possíveis riscos relacionados ao excesso de hidratação durante o exercício, alguns autores têm defendido a efetividade da ingestão de líquidos de acordo com a sede, isto é, ingestão de líquidos voluntária, como estratégia segura de reposição de fluidos.
Alguns estudos, principalmente a partir do ano 2000, têm ressaltado que a reposição hídrica guiada pela sede pode ser suficiente para a manutenção das respostas termorregulatórias e da capacidade de realizar exercício, mesmo com a pequena desidratação involuntária que freqüentemente ocorre nesta situação(35). Daries et al.(36) observaram que não houve diferença no desempenho de corredores quando os mesmos se hidratavam seguindo as recomendações do ACSM(18) e quando a ingestão era feita de acordo com a sede. Cheuvront e Haymes(17) demonstraram que a temperatura corporal foi mantida ao longo de exercícios realizados por corredoras que ingeriram água de acordo com a sede (o que repôs 60 a 70% das perdas hídricas pela sudorese, aproximadamente 2% de percentual de desidratação) em condições ambientais compensáveis.
Alguns estudos realizados em nosso laboratório também corroboram a hipótese de a sede ser eficiente para a reposição de líquidos durante o exercício. Carmo et al.(37) verificaram que a ingestão de água ad libitum foi suficiente para manter o estado eu-hidratado de indivíduos que se exercitaram por uma hora em ambiente quente e seco, ao passo que, se eles tivessem ingerido o volume recomendado pelo ACSM(18), teriam consumido mais água do que o necessário. Em um estudo de campo (durante sessões de treinamento de voleibol)(38), foi observado que a ingestão de água ad libitum repôs aproximadamente 60% das perdas hídricas, o que representou menos de 1% de variação de peso corporal. Isto indica que os jogadores terminaram as sessões de treinamento eu-hidratados.
As discussões sobre o volume de líquido a ser ingerido durante o exercício para se manter um estado de hidratação adequado ainda continuam. Além da quantidade, a composição da bebida também é tema de muita discussão. É importante ressaltar que as recomendações foram criadas a partir de estudos com indivíduos jovens, saudáveis e, muitas vezes, bem condicionados, o que pode dificultar a sua aplicação de forma mais ampla.
Parece-nos coerente que a ingestão de acordo com a sede seja suficiente e mais adequada, pois acreditamos que o sistema nervoso central seja capaz de indicar corretamente o volume de fluido a ser ingerido, a partir de informações por ele integradas sobre todas as demandas do organismo. Além disso, é importante considerar o desenvolvimento do mecanismo da sede como parte do processo evolutivo do ser humano, o qual desenvolveu ao longo do tempo mecanismos diferenciados e perfeitamente integrados para regular o volume e a osmolalidade plasmática, assim como a sua temperatura corporal.

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Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito de interesses referente a este artigo.
* Laboratório de Fisiologia do Exercício, Escola de Educação Física e Terapia Ocupacional. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, MG, Brasil.

terça-feira, 28 de julho de 2009

HISTORICO E EVOLUÇÃO DO TREINAMENTO DESPORTIVO


  O processo evolutivo da nossa era e os ditames do treinamento desportivo tem seus alicerces fundamentados na cultura grega। Na Grécia o corpo de treinadores compunha-se do pedotribo (condutor de exercícios e jogos), do xitarca (treinador de corrida) e do agonistarca (preparador de lutas), que labutavam nos estádios (postas de 211 metros), nos hipódromos (pistas de 770 metros) e nos gymnasium ( edifícios cobertos utilizados nos dias de chuvas para treinamento especifico) onde transmitiam suas técnicas। As "Palestras" eram ginásios pertencentes e particulares। A planificação desportiva helênica estava consubstanciada numa preparação geral, compreendendo um misto de corridas, marchas, jogos, lutas, danças; e numa preparação especifica, onde os atletas trabalhavam com resistências adicionais (sobrecargas), utilizando sacos de areia, pesos, fardos e pedras em forma de halteres. o treinamento obedecia rotinas de quatro dias, chamado tetras que eram repetidas indefinidamente em toda a vida do atleta. sem duvida os gregos já aplicavam o “treinamento total" há quase 2.800 anos. A carga de treinamento era sempre forte, caracterizando-se por uma superação psicológica. Casos de morte entre os atletas eram comuns, e toda atividade física estava dividida em três partes: aquecimento, treinamento especifico - onde preponderava a preparação tecnica - e volta à calma. Os atletas gregos cercavam-se do auxilio da medicina no preparo físico, provendo também do equilíbrio alimentar. Platão já ressaltava o valor da carne magra para determinadas atividades, alem da pratica da massagem, semelhante aos nossos dias. Do iluminismo dos jogos olímpicos entre os povos de 776 a.C ate 394 a.C da era cristã, a arte do treinamento desportivo ofuscou-se com a conquista da Grécia pelos romanos e com o surgimento do cristianismo. Este apregoava a renuncia da posse material e relegava a um plano secundário a preparação corporal. Desapareceu o ideal grego mens sana in corpore sano. Apos doze séculos de obscuridade, o mundo europeu despontou. Era o renascimento, época da razão, onde a ansiedade por novos conhecimentos científicos e culturais fez reascender o valor da atividade física. Vários humanistas apregoavam o renascimento da atividade física: Mercurialis (Arte da Gymnastica), Rabelais (Garguntua e Pantagruel) e Montaigne (ensaios), muito embora não estivessem solidificado os parâmetros do treinamento total como os predecessores gregos. A valorização do homem pelo Renascimento, associada aos ensinamentos gregos, influenciou os historiadores ingleses a solucionarem os diversos problemas sociais que surgiram com a era industrial. Mediante atividades desportivas, procederam-se a esporte de competição (agonistica). Nasceu o profissionalismo e com eles surgiram os primeiros métodos de treinamento. A escola inglesa, constituída desses profissionais, sedimentava-se no "treinamento quantitativo", executando-se marcas diárias de 40 km, e trote. Aplicavam-se aos atletas massagens, exercícios respiratórios, corridas em apeia e dieta alimentar especial. Este tipo de treinamento era realizado em ciclos de quatro semanas, intervalando-se uma de descanso. As disputas profissionalizantes recrudesceram-se de tal forma que a partir de 1850 foram procedidas competições entre atletas norte americanos e ingleses. Neste ano foi fundado o clube mais antigo de atletismo: o Exeter College A.C., de Oxford, na Inglaterra. Os americanos, influenciados a principio pelo "treinamento de duração", evoluíram e introduziram o "treinamento tempo". A programação constava de marchas e de corridas de longas distancias onde o atleta buscava a melhoria do tempo de execução. Desapareceram as competições de longas distancias, nas quais sagravam-se vencedor aquele que percorresse maior quilometragem.Campeões chegaram a totalizar 165 km, num evento. Dean Cronwell, técnico americano, treinava seus atletas em distancias mais curta ( 100, 400, 800, e 1600m) cuja sessão residia em cobrir metade da distancia a ser disputada e com pausas entre as corridas. A finalidade desse treinamento tempo, era o aperfeiçoamento da velocidade. Foi o surgimento do treinamento intervalado pelas corridas de repetição. Nesta época os resultados técnicos já eram expressivos; Lon Myers, em 1879, registrou 49 1/5" para as 400 jardas e Hil Patrick, em 1895, estabeleceu 1,53 2/5" para as 800 jardas. A quantidade , intensidade e o ciclo de treinamento dos ingleses, associados ao treinamento intervalado dos norte-americanos, fizeram ressurgir a arte do treinamento desportivo. Porém, o marco da disseminação dos desportos no mundo foi a restauração dos jogos olimpicos da era moderna, a partir de 1896, pelo Barão de Coubertin. Seu ressurgimento criou, entre os atletas e treinadores, a ansiedade cada vez mais crescente da melhoria das formas de preparação física e técnica. A escola americana, que dominou ate o inicio da primeira guerra mundial, teve sua hegemonia transferida para a escola finlandesa que se assenhoreou do cenário desportivo ate a década de 30, influenciada pela escola americana; caracterizou-se por um planejamento racional metódico e sistemático. Deu ênfase ao trabalho quantidade e criou outras formas de trabalho intervalado, visando o treinamento de intensidade. A consagração da escola finlandesa realmente aconteceu com Paavo Nurmi, em 1920, quando assombrou o mundo não correr com um cronometro para controlar o ritmo, e com Phicala, que, valendo-se do trabalho intervalado, treinava em distancias curtas com intensidade forte e intervalos longos para recuperação. Alguns autores consideram-no o criador do método intervalado interval-training. Os atletas finlandeses chegavam a treinar três vezes por dia, como Nurmi, e sua preparação física consistia no "treinamento duração": marcha, longas distancias, e no treinamento tempo, utilizando o trabalho intervalado. Na década de 30 outra escola notabilizou-se: a sueca. Associou a velocidade, o ritmo e a endurance, ou seja, integrou os treinamentos quantidade em uma única sessão. As formas de trabalho caracterizavam-se pelo contato com a natureza. Dois treinadores sobressairam-se com os métodos de longas distancias:Gosse Holmer (fartlek ) e Gosta Olander (volodalen). A diferenciação entre ambos sedimentavam-se na intensidade maior do volodalen (sessões mais curtas), em contraposição a maior quantidade de trabalho do fartlek. Porem, o método que realmente consagrou a escola sueca foi o fartlek que, atualmente, vem a se constituir na associação das formas de trabalho de Gosse Holmer e Gosta Olander. Os métodos da escola sueca foram os precursores e influenciadores do "interval trainning" de Gerschler e R, do cross-promenade de Raoull Mollet e do fartlek polaco (corrida polonesa) de Jan Mulak. Desde o inicio dos jogos olímpicos até a segunda guerra mundial, os métodos de treinamento não possuíam relevantes fundamentos fisiológicos, caracterizando-se pelo empirismo, evidenciando-se ora trabalho quantidade ora a intensidade, porém sem afirmar posição. Em 1939, as performances da Rudolf Harbig, treinado por Gershler, fizeram surgir o interval-training e uma nova escola, a alemã, que, em virtude da deflagração da guerra e com a morte do atleta, ofuscou-se temporariamente. Dentro da escola alemã, e estudada o embrionário trabalho fracionado de Gerschler, Toni Nett, a partir de 1942, estabeleceu normas de execução para outros tipos desta forma de trabalho, sobressaindo-se o "tempo-training". A busca da melhoria da preparação física e a ansiedade de pautá-la em bases cientificas fizeram aparecer outra duas escolas importantes neste período europeu de após guerra: as escolas tcheco-eslovacas e húngaras. O trabalho de Nett atravessou fronteiras, indo influenciar o tcheco-eslovaco Emil Zatopek, a "Locomotiva Humana" considerado o gestor pratico do interval training. Zatopek foi dono absoluto, no período de 1947 a 1953, das corridas de fundo estabelecendo vários recordes mundiais. Trinava nas distancias de 400 e 200 metros, chegando a alcançar 60 repetições em uma única sessão. As corridas curtas, de intensidade moderada que Zatopek realizava em seus treinamentos, eram feitas em formas empírica, mas de resultados altamente satisfatórios. Zatopek influenciou Gerschler, que junto ao fisiologista Reindell, aprimorou as bases que possuíam sobre o trabalho intervalado. Na Escola de Educação Física de Freiburg foi estabelecido o primeiro método de treinamento sedimentado em bases cientificas. A investigação médico - cientifica sobre o método transcorreu no período de 1954 a 1965 vários fisiologistas consagraram-se no campo do treinamento desportivo: o próprio Herbert Reindell, Helmut Roskman, Joseph Keul e outros. E interessante salientar a evolução do "interval-training" de Zatopek e da escola de Freiburg correlacionando os seus parâmetros, entre os quais o mais importante é o intervalo, quando se produzirão as modificações significativas do sistema cardiopulmonar e principalmente do coração. A escola húngara, por intermédio do treinador Magiar Milaly Igloi, adotou a intervenção do treinamento no período de 1952 a 1956. Com a comunicação da Hungria, Igloi continuou a exercer suas atividades nos Estados Unidos até 1965, onde viu seu trabalho glorificado pela vitoria do atleta Bob Schull, na Olimpíada de Tóquio, na prova dos 5.000 metros. As pesquisas realizadas por varias escolas notabilizaram o trabalho intervalado na década de 50, permitindo outros treinadores se valessem dos seus princípios de execução na preparação de atletas de alto nível. Podemos citar a influencia do treinamento intervalado na natação com James Counsilman, Forbesw Carlile e Don Tablot, e no remo, com Karl Adam, na escola de remadores de Ratsburg. Ate o fim da década de 50, a intensidade de trabalho evidenciou-se e todas as pesquisas estavam calçadas nos desportos de movimento cíclicos. Particularmente nas corridas, observou-se que o método de Gerschler e Reindell produziu poucos recordistas, porem as variantes do método notabilizaram a intervalização do treinamento como também chegaram a confundir aos menos experientes. A predominância da intervalização do treinamento perdurou ate 1960, quando apos a olimpíada de Roma, iniciou-se uma nova era no treinamento desportivo. Duas escolas consagraram-se pelos feitos de seus atletas nas pistas: a escola australiana e a neozelandesa. Incrementou-se a qualidade de trabalho, secundado pela intensidade. Era o retorno à natureza, só que as formas de trabalho estavam alicerçadas em um planejamento sistemático, racional, metódico e total. A escola australiana, antecedendo-se à neozeolandesa, caracterizava-se por um período de preparação física que compreendia o tempo total da temporada (nove meses). Nela sobressairam-se dois esquemas de trabalho: o do treinador Percy Wells Cerutty _ que se consagrou pelas notáveis performances de Herb Elliot - e o do grupo de Ron Clarke (1963 a 1970), Clarke, no inicio da sua vida atlética, acatou as diretrizes de cerutty, porem, mais tarde, desentendeu-se com este e formou o seu próprio grupo de atletas. Como a característica da escola australiana é o trabalho duração, sua Tonica escola australiana é o trabalho duração, sua Tonica era percorrer, aproximadamente, 150 km por semana, deixando o treinamento tempo para o período específico. Já a Nova Zelândia viu-se influenciada pelos trabalhos que ali estavam sendo realizados na época, e o intercambio proporcionou a Arthur Lydiard estudar as vantagens e desvantagens da escola australiana, aproveitando os ensinamentos das escolas finlandesa, sueca e alemã. O esquema de trabalho de Lydiard consistia no treinamento anual enfocando a qualidade de trabalho. Era um treinamento mais intenso que o da escola australiana, dai sua denominação de treinamento maratona ou "marathon-training. Arthur Lydiard aprveitou-se do atrativo psicológico que fornecia o fartlek e o trabalho de superação psicológica do método Cerutty. Seus atletas, no período de condicionamento básico, deveriam percorrer 160 km por semana, aproximadamente. Apos o trabalho realizado em contato com a natureza, introduzia o atleta na pista de atletismo para proceder ao treinamento de intensidade, intervalado. Este método viu-se notabilizado pelas performances do tricampeão olímpico Peter Snell e seu esquema foi adotado e adaptado pelos norte-americanos. As escolas australiana e neozelandesa evidenciaram o trabalho de duração - que havia sido paralisado, e mesmo perecido, no inicio da segunda guerra mundial, embora valendo-se de bases empíricas, que caracterizam os métodos de longa distancias, associados aos fundamentos científicos dos trabalhos intervalados. As pesquisas de laboratório de fisiologia do esforço que se evidenciaram na preparação dos atletas para a olimpíada do México, associadas aos trabalhos com pesos, permitiram que os países socialistas alcançassem a hegemonia nos jogos olímpicos de Montreal, acrescentando mais uma parcela ao treinamento total. Atualmente o que se observa e uma amalgamação dos métodos de longas distancias e intervalados, e isto é fato notório pela própria evolução do treinamento desportivo, associado as pesquisas realizadas em laboratórios, o que podemos resumir no quadro que se segue.   ESCOLAS PERIODO CARACTERISTICAS Grécia 776 A.C a 394 D.C Treinamento Total Renascimento Século XVI Valorização do Homem Inglaterra Século XVIII e XIX Treinamento duração. Profissionalismo EUA Século XIX a 1912 Treinamento tempo Finlândia 1912 a 1939 Treinamento quantidade e ritmo Suécia 1930 a 1939 Treinamento quantidade e intensidade contato com a natureza Tcheco-eslováquia Alemanha 1939 a 1960 Treinamento intensidade, intervalização dos métodos Nova Zelandia Austrália 1960 a 1970 Retorno à natureza, treinamento quantidade e intensidade
Nova Zelândia treinamento total. Rússia 1970 em diante Valorização dos laboratórios de fisiologia do esforço. Importam Alemanha Oriental cria dos trabalhos de musculação. treinamento Total. As escolas proliferaram e, nos dias de hoje, podemos classificá-las de acordo com as pesquisas que vem sendo realizadas no campo da fisiologia do esforço, da biomecânica dos movimentos e das reações motrizes: a-) americana; b-) soviética: Polônia, Rússia, Hungria, Tcheco-Eslováquia, Bulgária, Alemanha Oriental e Cuba; c-) alemã ocidental; d-) sueca; e-) anglo saxônica: Inglaterra, Canadá, Austrália, Nova Zelândia; f-) Japonesa; g-) latina: França, Bélgica, Espanha, Itália. CONCLUSÃO Atualmente, no esporte moderno, a palavra recorde perdeu seu sentido, para ser exatamente a conquista do impossível. Surgiu o atleta de laboratório, com instrumentos de pesquisa auxiliando sobremodo e a experiência dos técnicos e treinadores. A alimentação adequada, a assistência medica permanente, os exames e pesquisas estabelecidos em laboratórios de fisiologia, assim como a tecnologia de pista, desempenham papel relevante no preparo do atleta na quebra de recordes. É a exploração máxima da potencialidades do atleta, estudando seus parâmetros biomecânicos, morfológicos, biológicos, por meio de aparelhagem especifica; calçando-se em estudos mais acurados dos músculos e do coração pelo uso de biopsia e do cateterismo ou pelo uso sofisticado instrumentos como o telêmetro. Antevemos que no futuro um atleta possuirá, só para si, uma comissão técnica composta dos seguintes especialistas: técnico, preparador físico, biomecânico, fisiologista, nutrologo, medico, massagista, fisioterapeuta, e psicólogo. O atleta será uma maquina condicionada a própria maquina concebida pelo homem. O objetivo será ganhar mais um centésimo de segundo ou mais um centésimo na medição. Os métodos de preparação física nunca deixarão de existir e a contribuição dos técnicos de laboratório sempre será de real valia.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

TREINAMENTO TOTAL

As vezes me perguntam o que falta para esse ou aquele elemento atingir um condicionamento físico melhor, minha resposta e simples, temos que conhece-lo profundamente em todos os aspectos.
Aspecto fisiológico, no que diz respeito a fibras musculares, ritimo cardíaco, pressão arterial, capacidade pulmonar (VO2 Max), além de outros detalhes que diz respeito ao seu dia a dia orgânico.
Aspectos psicológico, quais os fatores extrínsicos, e intrínsico que pode alterar o seu humor, e seu desempenho.
A atividade está caracterizada pelos objetivos que o individuo se propõe alcançar.
Ao treinador ou preparador físico importante distinguir os diversos tipos de atividade e a cronologia pedagógica que devera ser ministrada.
Para maior compreensão da atividade física a ser desenvolvida, temos alguns conceitos básicos.
Educação Física.
Conjunto de atividades físicas cuja prática racional e metódica explora as qualidades físicas, intelectuais, morais, sociais, psicológicas e fisiológicas, ensinando a disciplinar os movimentos e a contrair hábitos musculares, que proporcionem um máximo de energia com um mínimo de esforço e fadiga, assegurando o desenvolvimento harmonico do individuo.
Treinamento
Treinamento desportivo. como fenómeno pedagógico, é o processo especializado da educação física orientada, objetivando alcançar elevados resultados esportivos. (Matveev)
Treinamento é o conjunto de atividades às quais se entrega um individuo, a fim de desenvolver progressivamente suas qualidades mentais e físicas, aplicando-se especialmente naquelas que o caracterizam. (Louis Fauconnier)
Treinamento é o conjunto de procedimentos tendentes a conduzir um ser humano ao máximo de suas possibilidades físicas." (Andrivet, leclerq e Chignon.)
De acordo com esses conceitos podemos dizer que treinamento são todas as medidas que produzem certos fenómenos de adaptação ao interior de um organismo. Para que caracterizemos a importância do treinamento, que produz uma melhoria nos sistemas constituintes do organismo, ilustremos o que a sua prática proporciona ao sistema cardiovascular.
Frequência cardíaca em repouso
Batimentos por minuto em individuo normal 72 bpm
Batimentos por minuto em individuo treinado 50 bpm
Batimento em uma hora em individuo normal 4.320
Batimento em uma hora em individuo treinado 3.000
Batimento por dia em individuo normal 103.660
Batimento por dia em individuo treinado 72.000
Batimento em um ano em individuo normal 37.843.200
Batimento em um ano em individuo treinado 27.780.000
O treinamento, como já foi constatado, permite uma redução de 20 batimentos por minuto aproximadamente, na frequência cardíaca de um atleta.
Mas para que tudo ocorra na mais perfeita harmonia, o treinamento tem que ser total.
Treinamento Total
E uma filosofia de apreciação da atividade esportiva, em função de todas as seus componentes, que através de uma programação racional, procura desenvolver as técnicas as táticas e as qualidades físicas apoiadas na alimentação apropriada, numa atitude psicológica favorável, nos regramentos dos hábitos de vida, adaptação social adequada e no planejamento das horas de lazer.